Uma publicação por meio eletrônico da Fellowship of Friends

Gurdjieff: A vida é real somente quando ‘Eu sou’

Lembre-se de você sempre e em todo lugar.
Gurdjieff

Gurdjieff ensinou lembrança de si como um bravo guerreiro luta em uma batalha. Ele guerreou contra o sono, e o sistema que ele ensinou apresentava seres humanos como máquinas que dormem e introduzia uma abordagem radical necessária para o despertar. Ele foi o pioneiro da lembrança de si no Ocidente, enquanto ele manteve a origem de seus ensinamentos um mistério. Embora seu sistema incluía leis universais da cosmologia, ele as considerou abaixo do esforço prático que requer a lembrança de si. Mesmo durante suas fascinantes discussões idiossincráticas com seus estudantes sobre ‘homem como máquina’ e a Terra como ‘fábrica da dor’, Gurdjieff sempre relembraria os estudantes que o Trabalho era para o despertar. Em uma das reuniões com os estudantes, ele apontou que todos eles haviam perdido algo nos seus esforços a se auto-observarem. Quando eles não conseguiram descobrir o que ele quis dizer, ele disse, 'Vocês não se lembraram de si.'

A lembrança de si é a idéia central do Quarto Caminho. Na cosmologia de Gurdjieff, o direito de nascença do ser humano é de estar desperto, mas a condição psicológica do sono o impede. Por causa desta condição, a humanidade é desinteressada em despertar, e quando um ser humano descobre que ele está dormindo, ele vai procurar por uma desculpa para esquecer do assunto ou negá-lo. Então Gurdjieff ensinou a lembrança de si como um experimento para demonstrar seu valor e como uma maneira de viver. Ele ensinou seus estudantes a diferença entre estar ‘dormindo’ e estar ‘desperto’. Ele ensinou a lembrança de si como um esforço contínuo e prático, trazendo a atenção para si ao mesmo tempo em que realiza uma atividade.

Gurdjieff criou condições para o Quarto Caminho moderno e seus ensinamentos tornaram possível escolas do Quarto Caminho existirem nos tempos modernos. Ao usar seus métodos práticos, dispomos a fundação para o trabalho pessoal. Disto vem o desejo para o despertar e a valorização dos esforços. Procuramos por um grupo de pessoas com os mesmos pensamentos, com o objetivo de despertar e descobrimos que a escola do Quarto Caminho é rara e existem barreiras para o despertar. Depois vem a inspiração para continuar, talvez ao falar com alguém que tem o mesmo objetivo. À medida que a batalha pessoal continua, compreendemos que a idéia da lembrança de si é simples mas o esforço é difícil. Podemos adicionar a este entendimento um outro, o qual disse Rumi de uma maneira comovente, ‘deixe a beleza que amamos ser o que fazemos’: o estado de estar presente é lindo, e vale todo o esforço. E vale mais.